Dorothea
Lange (1895 – 1965) foi uma influente fotógrafa documental e fotojornalista
norte-americana conhecida por seus retratos da Grande Depressão para a Farm
Security Administration (FSA). Suas imagens ajudaram a humanizar as
consequências da Crise de 1929 e influenciaram o desenvolvimento da fotografia
documental.Nascida na segunda geração de uma família de imigrantes alemães sob
o sobrenome Margaretta Nutzhorn, Dorothea passou a usar o nome de solteira da
mãe aos 12 anos, quando seu pai abandonou a família. Esse foi um dos dois
incidentes traumáticos que marcaram sua infância. O outro foi a contração de
Poliomielite aos sete anos, o que a deixou com a perna direita enfraquecida e a
fez mancar pelo resto da vida.
Lange
aprendeu fotografia com Clarence H. White na Columbia University de Nova Iorque
e logo começou a trabalhar como aprendiz em diversos estúdios da cidade, como o
Arnold Genthe. Em 1918, mudou-se para São Francisco, onde abriu seu bem
sucedido estúdio de retratos e morou pelo resto de sua vida. Na época, casou-se
com seu primeiro marido, o pintor Maynard Dixon, com quem teve dois filhos,
Daniel e John.
Com
a Crise de 1929 logo depois do nascimento de John, Lange tirou sua câmera do
estúdio para clicar a situação das ruas. As imagens que fez dos desabrigados
chamaram a atenção de outros fotógrafos, o que a levou a trabalhar na Ressettlement
Administration (RA), depois chamada de Farm Security Administration (FSA), uma
instituição criada com o objetivo de combater a pobreza rural, uma das
principais consequências da Grande Depressão. Seu segundo marido, o professor
de economia Paul Taylor, foi reponsável por politizá-la ainda mais.
De
1935 a 1939, Lange retratou para a FSA o sofrimento dos pobres e esquecidos,
especialmente das famílias rurais deslocadas e dos trabalhadores imigrantes.
Suas imagens eram distribuídas gratuitamente a jornais de todo o país,
tornando-se fortemente representativas da época. A fotografia mais conhecida
deste período é “Migrant Mother”, um dos mais icônicos registros da história da
fotografia, que retrata uma imigrante chamada Florence Owens Thompson com três
de seus sete filhos. A foto original original contava com a mão de Florence
segurando um dos alicerces da barraca, mas a imagem foi retocada para que seu
polegar fosse escondido. O dedo indicador permaneceu intacto e pode ser visto
na parte inferior direita da imagem.A fotógrafa foi premiada em 1941 fom uma
bolsa da Fundação Guggenheim para excelência em fotografia, que abandonou para
registrar a evacuação forçada de japoneses americanos a campos de realojamento
após o ataque a Pearl Harbor. Para muitos, suas imagens das crianças
nipo-americanas jurando lealdade à bandeira antes de serem enviadas a esses
campos são uma assustadora lembrança de uma antiga política: deter pessoas que
não cometeram crimes, e sem lhes oferecer qualquer apoio. As fotografias desse
episódio, em especial do campo de Manzanar, foram tão obviamente críticas que o
exército as confiscou. Hoje elas estão disponíveis na divisão de fotografias do
site do arquivo nacional do país e na Biblioteca Bancroft da Universidade da
Califórnia.Nas últimas décadas de sua vida, Lange sofreu de diversos problemas
de saúde. Faleceu em 1965. Em 2006, uma escola foi batizada em sua honra em
Nipomo, na Califórnia, perto do local onde foi clicada “Migrant Mother”.